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Entre lendas e tradições

“Cícero havia explicado que as mulheres deviam ficar submetidas a guardiões masculinos devido à debilidade de seu intelecto. As romanas passavam de um varão às mãos de outro varão. O pai que casava a filha podia cede-la ao marido como propriedade ou entregá-la como empréstimo. Fosse, o como fosse, o que importava era o dote, o patrimônio, a herança: do prazer cuidavam as escravas. Os médicos romanos acreditavam, como Aristóteles, que as mulheres todas,patrícias, plebéias ou escravas, tinham menos dentes e menos cérebro que os homens e que nos dias de menstruação embaçavam os espelhos com um véu avermelhado. Plínio, o Velho, a maior autoridade cientifica do império, demonstrou que a mulher menstruada azedava o vinho novo, esterilizava as colheitas, secava as sementes e as frutas, matava os enxertos das plantas e os enxames de abelhas, enferrujava o bronze e enlouquecia os cães.” (texto extraído do livro ESPELHOS ,uma história quase universal, Eduardo Galeano)
Triste, chego a ficar com os olhos marejados de lágrimas. Tento entender o porque de tais crenças; mais nas entrelinhas vejo um sentimento constrangedor de medo do poder da mulher, mesmo sendo tão desqualificada , os homens imputaram nelas, a capacidade de torná-los fracos, impotentes diante a força da natureza vinda da mulher: O seu sangue.
E hoje mulheres?! Como eles nos vêem, como nós os ameaçamos. Nego-me a crer, que seja pela “igualdade” adquirida. Nossas conquistas não colocam os homens em perigo; eles continuam exercendo seus papéis pré-estabelecidos. Tornei-me um orelhão ambulante com as minhas antenas sempre ligadas. Ouço conversas entre as mulheres que confesso, me arrepiam. Está a mulher tornando-se um ser tão diferente; suas crenças e valores estão sendo deformados que um dia seremos alvo de alguma lenda? !. . .
Prudência, comportamento fundamental para qualquer decisão a ser tomada. Sabedoria,essencial para se viver. Amor-próprio, sem ele, deixamos que o outros nos vejam como eles nos desejam ver.
Neusa A Mendes
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