Ah! Como as palavras fluem nos seus pensamentos, como ficam arranjadas de forma tão coerente em tudo que escreve; falo de Eduardo Galeano, um dos meus escritores preferidos, ele viajou muito pelo mundo afora.
Gostaria de ir além das minhas fronteiras, conhecer pessoas e fatos que fogem do comum, colecionar conhecimentos e arrumá-los nas prateleiras de minha memória e, quem sabe algum dia, colocar na ponta do meu lápis e desfrutar dessa magia que é escrever.O meu Mundo externo é pequeno, as viagens que faço são para dentro de mim e conheço pessoas e lugares que não são comuns; meus pensamentos voam tentando captar alguma ideia capaz de traduzir os meus sentimentos e sensações plenas para realmente estar aonde nunca fui. Criar personagens e dar-lhes vida é para mim uma satisfação. Viver no passado, presente ou futuro, cabe bem na minha imaginação; mas quando pego o meu lápis a realidade me acorda e vejo que tudo que eu preciso está bem aqui na minha memória, nas coisas vividas, no olhar do outro, no coração ferido, já cicatrizado e agora muito feliz. Então, mãos à obra ou melhor dizendo, lápis à obra.
Achei por muito tempo que teria que viajar, conhecer o mundo para escrever, mas nada melhor que a experiência de vida para provar que cada um tem o seu próprio mundo (não que eu não queira viajar; conhecer as Ilhas Gregas, nadar no mediterrâneo e dançar sob a lua nas noites da Grécia, ainda é um sonho a se realizar).
Como já disse antes, eu queria ser bailarina, expor as emoções através da expressão do meu corpo. Aprendi também que para dançar não preciso necessariamente ser uma bailarina. Uso a dança para relaxar, danço arrumando a casa, danço para expressar alegria, raiva, prazer e também a uso para exorcizar as frustrações de um dia caótico.
Hoje as pessoas que se agregaram e agregam a mim, no meu tour diário, me permitem ir com elas a lugares que nem eles mesmos conheciam, descobrimos juntos fatos importantes que nos fazem conhecer o caminho de volta, sim, porque as vezes nos perdemos nos labirintos criados pelo inconsciente, mas já que estamos juntos nessa viajem, encontramos um farol que nos ensina a voltar. Todos os dias me preparo para novas viagens; caminhos desgastados pelos medos e culpas, mas durante a viagem, eles vão se transformando em caminhos seguros e bons de se caminhar, novos hábitos, culturas diferentes, bagagens tão diversas, nem dando a volta ao mundo, eu conseguiria todas essas lembranças que só no coração posso guardar. Tem viagens a dois e viagens de grupos. Os grupos me levam a tantos lugares ao mesmo tempo; é preciso ter jogo de cintura para caminharmos juntos, uns preocupados com o passado, outros com o presente e outros com o futuro, mas juntos passeamos pelo passado e resgatamos coisas perdidas, refazemos o caminho chegando no presente com as bagagens mais arrumadas e nos preparamos para o futuro. Já organizado o passado, aprendemos a caminhar no presente e o futuro é um lugar que não mais nos assusta; e no fim da viagem, nós nos abraçamos felizes; às vezes nem acreditamos que juntos a fomos a tantos lugares, observamos e aprendemos que na verdade cada um, apesar de junto, adquire experiências individuais mas todos perderam o medo de viajar; lágrimas na hora de cada um voltar para a sua vida são como souvenires, deixamos saudades e lembranças, que guardaremos nas nossas caixinhas de recordações.
Hoje é sábado, final de semana, é dia de descansar! Mas nem só de descanso se vive um fim de semana. Tenho os meus afazeres domésticos que são necessários, estando motivada ou não, e fazendo outros que me são prazerosos e que me permitem “recarregar as baterias”. Já com as malas arrumadas, na segunda vou viajar; para onde não sei. Certamente a mais lugares exóticos, interessantes, com os mesmos passageiros ou não, mas sempre bem acompanhada e tenham a certeza de que as minhas viagens, por mim, não vão parar, só quando por aqui não mais voltar. Irei feliz – Cumpri o meu papel e realizei o meu sonho de viajar.
Neusa A. Mendes
Caminho dentro de mim, descubro possibilidades, que me levam para guerra ou para a paz. Então me arrisco a ir no meu lugar preferido, os meus sonhos de menina, lá eu sempre era a rainha e promovia a alegria. A ordem do dia era sonhar. O mar. . . estava sempre aonde eu queria.