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E nós... aonde e como vamos?

Preocupa-me o fato de perceber nas mulheres que tenho tido contato, que conquistar independência pessoal, tornou-se uma obrigação e não uma realização. Sinto no discurso e no gestual que, talvez, algumas mulheres entrem inconsciente ou até conscientemente em um jogo em que elas podem ser iguais ou melhores que os homens. Fica nítida a disputa pelo poder, ainda que velado.
A mulher e o homem se bem entrosados, tornam-se parceiros, companheiros e até cúmplices nas suas buscas para serem pessoas bem "resolvidas". Sabendo ou imaginando essa relação bem sucedida, a mulher mantém o seu lado "feminino" aberto para um relacionamento de igualdade psicossocial com o homem. Mas o seu inconsciente social fica à espera de poder mostrar o seu domínio “psicológico”, domínio esse disfarçado de algumas maneiras que a faz afastar-se cada vez mais desse relacionamento.
Fique claro que não estou colocando o homem como vítima ou vilão, afinal, são anos de reprodução coletiva do machismo, que os levam a um comportamento machista declarado ou não. A sensibilidade da mulher confundida com delicadeza e sua fragilidade física confundida com fragilidade emocional, levaram e levam até hoje os machistas disfarçados, invisíveis, a continuarem nessa postura.
Nós mulheres, já conquistamos igualdade de direitos profissionais, basta conquistarmos as mesmas oportunidades no mercado de trabalho, de respeito à voz política ativa, enfim, de sermos olhadas e vistas como “cidadãos” do sexo feminino.
Há sempre que se tomar cuidado para não nos tornarmos nós mesmas as machistas do jogo. O sexo, somente este, é que é diferente. Estrogênio e testosterona: apenas essa, é a diferença entre os dois. Portanto cautela e sabedoria são mecanismos fundamentais para que as mulheres (infelizmente ainda) provem aos outros e a si próprias que somos iguais, apenas com características diferentes.
Homem e mulher, que dupla legal; juntos são capazes de fazer filhos, de construírem as mesmas idéias com nuances diferentes, tornando-as perfeitas.
Muito há que se falar dos medos incutidos no DNA social feminino, bem sei que o medo é um péssimo aliado do qual lançamos mão como mecanismo de defesa, nós por sentirmo-nos inseguras com papéis de mãe carinhosa e mulher que se entrega completamente ao homem, e eles por acharem que a sua masculinidade corre perigo quando buscamos simplesmente o que todo ser humano busca , o direito de ser ... Livre.

Neusa A. Mendes



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