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Um convite à alegria

Por onde andará? Poderia por a culpa no super-ego e classificá-lo como o grande vilão da naturalidade, o interditor das satisfações dos nossos desejos. Mas, se bem trabalhado, é o mediador entre repressão e liberdade. Válvulas de escape nos dão a chance de deixar o id (impulso primitivo) se manifestar com liberdade em condições “Moralmente” justificadas, segundo os padrões da cultura vigente. No carnaval, os impulsos mais primários e sem limites seguem livremente liberando seus desejos reprimidos. O super-ego é necessário sim, já que cabe a ele, ser a ferramenta que nos põe na linha; é o orientador que tenta, coitado, manter a sociedade “civilizada”. Civilizada?! Nos percebo, cada vez mais, nos castrando de nossos sonhos, de nossa felicidade, da alegria. Quanto mais aprendemos, menos sabemos. Sabotagem pura! O homem desaprendeu ser feliz, esqueceu-se, talvez, de olhar para trás e rever os sonhos sonhados na infância, na juventude.

Somos passageiros do tempo e me lembrei de uma menina, lá do passado, que por força das circunstâncias, vivia numa casa de neuróticos (ainda bem que não era de sua família). Essa menina tinha algo diferente, nascera com um humor muito especial, seu aliado para toda a sua vida. Situações que a causavam tristeza, humilhação e maus tratos emocionais, não contaminavam o seu humor, ela sorria e sua alegria era sua força para suportar e superar aqueles tempos. Hoje, mulher, a sua gargalhada é a marca de sua alegria e do seu bom humor contagiante. Existem momentos de dor, medo, insatisfações, perdas, enfim, tudo que um ser humano vive; mas essa mulher escolheu por manter-se alegre. Voltando àquela menina, um dia ela soube que o casulo de uma lagarta estava para romper; sentadinha, com os olhinhos fixos e muito vivos, ela esperou por um bom tempo, até . . . que coisa linda! Uma borboleta preto-amarelada, saiu e . . . voou livre para seguir o seu destino. Acho que o bom humor daquela menina, era o seu casulo, onde se protegia esperando o momento certo para sair e saiu – forte, livre para o seu destino. Voltando à mulher, ela aprendeu com a menina que ser feliz é uma opção de vida e não uma condição da vida. Voltando àquela menina, sonhar era com ela mesma; à noite, escondida na biblioteca da casa, ela ouvia bem baixinho música clássica e deixava a sua imaginação alçar longos voos; sonhava sempre com muitos amigos, todos felizes e realizando grandes proezas.

Quanto mais sonhamos, mas ampliamos as chances de sermos felizes. Fugir do mundo reduzindo pessoas ao nosso redor, interessando-se menos por mais coisas que a vida nos oferece, diminui os nossos horizontes. Quanto mais objetivos temos na vida, maiores são as oportunidades de encontrarmos a felicidade. GENTE FELIZ TRANSFORMA O AMBIENTE, contagia o ar tornando-o mais leve, gente feliz faz bem à saúde (deveria ter um slogan assim espalhado pelas cidades, nas portas das casas, das escolas). Ser Feliz é prazeroso.

Pensar e repensar sobre oque é ser feliz, deveria ser assunto de pesquisa séria; afinal, vivemos em comunidade, somos seres sociais e o que a infelicidade do outro pode trazer para as nossas realidades, é perigoso, traz consigo o poder de desestruturar, e uma sociedade assustada cria ainda mais seres infelizes. “A felicidade deve ser considerada como um bem perseguido por todos”(Bertrand Russel).

Passamos pela alegria como se fosse coisa de criança; justificamos com os nossos conflitos emocionais, o estresse do dia a dia, que nos torna cada vez mais individualistas e há aquela tendência a eleger os problemas como motivadores de nossas tristezas e nos tornamos desmerecedores da alegria. Que catarse fantástica se houvesse o Dia Internacional da Gargalhada, com hora marcada e tudo.

Há o milagre de crer, que apesar de tudo, temos um antígeno dentro de nós contra as dores da vida. Não me considerem tola, digo isso, porque venho sofrendo e praticando a alegria associada ao sorrir; uma boa gargalhada é o auge desse processo.. Pratique com alguém, a alegria é um bem precioso, é uma demostração de amor à vida e aos outros. Resgatar pessoas, agregá-las ao nosso cotidiano apenas pelo prazer de saber-se vivo.

“ Viver, e não ter a vergonha de ser feliz” (Gonzaguinha).

Fico pensando e me pergunto: - Por onde andam as borboletas? Não há mais música clássica? O sol nascendo ou se pondo? A lua cheia ou minguante, não importa? A chuva nos dias quentes? O friozinho com chocolate quente? O bate papo com os amigos? E as pessoas? Aonde elas estão? Será que perdidas nos seus sofrimentos, garantindo assim, o direito de não sentirem-se felizes? Ser e Sentir, são coisas bem diferentes , assim como, Ser e Estar também são. Nesse momento estou triste porque uma pessoa que amo está sofrendo. Mas a alegria pulsa dentro e junto com o meu coração, não há como separá-los, se isso acontecer, morro!

Saber esperar a dor passar é demostração de força interior, é ter fé. E pode ter a certeza que assim como as ondas do mar . . . vem e vão . . . como a tempestade vem e passa, assim são as dores do homem . . . vem e passam.

Desejo para você uma reflexão com resultados que o leve a optar pela alegria, buscá-la e encontrá-la; não deixe de olhar ao redor, você pode se surpreender com o quanto você tem em quantidade e qualidade de alegrias, só esperando para serem vividas. Boas Alegrias para todos vocês!

"Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz..."

(Gonzaguinha)


Uma pessoa especial me mandou um texto; motivo pelo qual decidi escrever esse artigo. Obrigada querida, dei boas gargalhadas nesses últimos dias, apesar de algumas lágrimas teimarem e participarem também das gargalhadas.

Neusa a Mendes



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