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Mães e Filhas

Eu e minha filha sempre fomos muito amigas, aprendemos uma com a outra que a verdade e a liberdade de dizê-la foi o ponto fundamental para termos o que temos hoje. Mas o que é liberdade para falar de verdade? É falar o que vem à cabeça e passar por cima dos valores dos outros; é fazer da falta de educação e respeito uma apologia à autenticidade? Para nós duas era demonstração de cuidado, de amor. A minha parte, no meu papel de educadora, deixá-la crescer mas ensinando-lhe o caminho, procurando viver as mudanças de nossa geração mas atenta às coisas que são imutáveis e que eram necessárias serem mantidas, eu fiz; e ela fez a parte dela, ouviu respeitou, questionou quando necessário e cresceu.

Hoje mães e filhas não conseguem conversar. De um lado mães presas à educação recebida sem conseguir, e muitas nem querem tentar, mudar; e do outro lado filhas que já tem um discurso prontinho na ponta da língua. Para elas, as mães são caretas, querem mandar, não respeitam “o meu limite”, não “sacam” que a realidade agora é outra. Pensando bem, é mesmo, infelizmente. Nossos filhos estão expostos à uma realidade mais violenta, as drogas são vendidas a 1,00 real e nos lugares “mais inocentes”, bandido e polícia, já não se sabe mais quem é o vilão, fora as exceções (Existem os policiais que cumprem o seu juramento de proteger o povo). Na televisão cenas de sexo tornaram-se banais, jovens se prostituindo, famílias se desmoronando, pedofilia, internet, vídeo games demais, pracinhas vazias sem filhos e sem pais, curso disso, curso daquilo. . . Ufa! Tantas coisas compactuando para que a realidade de hoje não seja a mesma. Mas uma coisa não muda: Amor; e é esse velho e eterno sentimento a poderosa arma para juntos, mães e filhos, como numa maratona, pularem os obstáculos e chegarem a um denominador comum. Mãe, conheça os amigos de sua filha, traga-os para dentro de sua casa; sei que o corre-corre do dia é cansativo, mas não se deixe enganar pelo seu desejo de ter um fim de noite tranquilo - “Afinal, minha filha está na casa de fulana, são amigas, lá ela está segura”. O perigo está em todo lugar. Não quero botar terror, só me acho na obrigação de lembrá-la que você é responsável por sua filha. Ligue para ela, não para o celular, mas para a casa da amiga, fale com a mãe da amiga. Procure ver, no sentido literal da coisa, quem são e como são os amigos de sua filha, leve e busque nas festinhas. Isso, por mais que ela reclame, é zelo e deixe-a perceber, sem brigas, que você se importa com ela. Isso é demonstração de amor. E quando ela estiver pronta, orientada com amor por você, ela saberá caminhar sozinha e ai sim, você poderá ter noites tranquilas. A confiança foi estabelecida!.

Quanto a você, filha, com a ilusão natural dos jovens, que sabem tudo, que sua mãe é “sem noção” e com a preocupação: “O que os meus amigos vão pensar?”, saiba que tem muitos jovens, até quem sabe alguns amigos seus, que queriam estar no seu lugar, ter alguém que realmente se preocupe com eles. É natural no ser humano gostar e necessitar de ser cuidado, saber que não está à mercê da sorte, que alguém, quando é necessário, sai feito “louca” para ajudá-lo. Se você tem uma mãe assim, agradeça a Deus e dê valor ao que você tem. Busque saber sobre ela, como foi a sua juventude, troque ideias; mesmo que as coisas andem devagar, que haja resistência, não deixe de tentar. Você verá que vai existir o momento em que vocês, mãe e filha, estarão conversando como boas amigas. O amor tem o poder de dissolver pré-conceitos e fazer deles um conceito firme. Aonde há verdade e liberdade, ali haverá uma amizade sólida.



“A confiança e o respeito são sentimentos que conquistamos com o coração aberto. A amizade é consequência.”

Neusa A. Mendes


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