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Um dia especial

Acordei com o coração leve, abri a janela; o vento frio tocou no meu rosto como se me beijasse me dando bom dia, agradeci e desejei a aquele sopro de vento que ele também tivesse um bom dia; que ele tocasse em faces felizes, que entrasse pelas janelas e pudesse fazer as pessoas sentirem o quanto é bom estarem vivas, para com vida na alma, começar um novo dia. Desejei que ele fosse a lugares aonde as relações mornas não permitem que se perceba que é um novo dia; que ele os tocasse e um arrepio de frio os fizesse se abraçarem e uma nova chama viesse despertar o desejo de juntos, nesse dia, voltarem a se amar. Desejei também que ele voasse tão alto e lá de cima pudesse enxergar por todas as janelas e com o seu sopro, viesse a despertar todos aqueles que precisassem, como um sopro de vida, sentir que algo diferente aquele dia tinha para ofertar. Desejei que naqueles nos quais o vento tocasse soubessem recebe-lo, mágico... e cressem que poderiam ter um dia diferente e quando a noite chegasse, ter algo diferente para contar.
Enquanto pensava e escrevia, um sol acanhado veio a nós se juntar. Que sensação maravilhosa. Pensei: “Quantas manhãs assim já não tentaram se aproximar de mim, e eu nunca tive tempo de com eles desfrutar um início de dia que certamente tornaria tudo incomum, nada seria como uma manhã rotineira, com o dia todo girando como se fosse um filme e eu tendo que saber a que horas o pause poderia pintar e então respirar”. De repente o sol se despediu e o vento se aquietou e uma chuvinha fina veio a minha janela se apresentar; pensei -que dia! Vento, sol e a chuva, todos vieram comemorar comigo para me mostrar como tudo estava sendo tão especial. Coloquei a cabeça para fora da janela e deixei a chuva no meu rosto tocar. Sem nenhuma preocupação com qualquer observador curioso e com razão espantado; foi como se eu tivesse entrado na “fonte da juventude”, me senti uma menina cheia de vida, com vontade de ser travessa; lembrei-me com saudades dos tempos em que eu pulava amarelinha nas poças d'água, revivi com tanta intensidade que não aguentei, mesmo de pijama, desci até a portaria e aonde havia poça eu pulei descalça, olhando para cima, dando o meu rosto para a chuva beijar. Subi revigorada, como uma menina levada, tomei um banho e feminina como nunca passei um perfume suave e com um batom laranja a minha boca eu enfeitei; um lenço descolado sobre a blusa coloquei e sai para o trabalho,e como trabalhei. Foi um dia de muito trabalho, pacientes entravam e saiam, foram dez horas de trabalho… e no fim, acreditem, eu ainda tinha no coração, aquela manhã e os fenômenos da natureza, que num gesto de intimidade tão natural, me deram olhos novos. Sempre atenta no que vejo e no que ouço para não perder a mensagem correta, no que os acontecimentos tem a me dizer.
Neusa A Mendes



Guardei num retrato todos os fatos
que eu em pequenos atos, transformei
todo o meu dia, para manter na lembrança
que uma nova manhã acontece
dia após dia....

Neusa A. Mendes
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